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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A arte no baú da memória infantil







Quem não guarda no baú da memória infantil as brincadeiras com bolas de meia, biloca, pião, cavalo de barro de vassoura e das lamparinas e candeeiros artesanais que davam a claridade necessária para a festança noturna, especialmente àqueles que não dispunham de energia elétrica? Vivência presente na vida de tantos, esses artefatos permanecem guardados nas arestas do imaginário popular e não falta quem queira trazê-los à baila, mesmo que em forma de exposições e amostras culturais. É o caso do escritor e folclorista Gutenberg Costa, que disponibilizará para visitação pública, na Fundação José Augusto (FJA), o acervo de rústicos "brinquedos de meninos pobres" e luminárias artesanais. A exposição segue para visitação de 22 à 15 de setembro, das 8h às 18h, na FJA.
De baladeira na mão, Gutenberg Costa mostra ao público suas mais de 100 peças garimpadas em feiras, em casas de interior e de artesãos




"Essas peças eram parte do artesanato utilitário e hoje são muito mais decorativo com o advento do progresso nas grandes cidades", rememorou Gutenberg. As peças do acervo têm variados formatos e são geralmente feitas de latas, flandres, zinco e alumínio. Seus criados são artistas - artesãos conhecidos como funileiros ou latoeiros - que com o uso diferenciado das mãos transformam "lixo" em arte popular.

Brinquedo de feira


"Atualmente ainda se pode ver esse material nas feiras livres e mercados, mas são poucos comercializados e são padronizados". Ele lamenta a perda da originalidade e acabamento artístico, típicos dos artesãos antigos.

Gutenberg se gaba em contar com mais de 100 peças, entre luminárias e bonecos rústicos, fora esculturas e um acervo diversificado da cultura popular que guarda com cuidado e dedicação. Ele lembra que como todo bom folclorista sempre encontra um espaço para juntar aos demais, no quarto apertado onde distribui as obras de arte de sua coleção, as novas aquisições. Na exposição, ele homenageia a saudosa artesã funileira, popularmente conhecida como "Joaninha de Pipiu", uma exímia fazedora de lamparinas e canecos, cuja produção vendia de porta em porta nas ruas de Pendências e nos últimos anos de sua vida, em Natal.

Em meio às peças cultuadas e cuidadosamente guardadas há também as que foram confeccionadas pelas mãos do próprio folclorista. É que era comum entre os filhos de famílias menos favorecidas economicamente a fabricação, pelas próprias crianças, dos brinquedos que embalavam manhãs e tardes de diversões. "Eu fui menino pobre, mas feliz na acepção poética do genial e saudoso Ataufo Alves, brincava com biloca, curral de osso, carro de late de óleo 'Benedito'. Alguns feitos por mim e outros comprados na porta da minha casa aos sábados ou na feira do bairro do Alecrim", lembra.

Alguns deles foram guardados, segundo Gutenberg, para relembrar o passado aos adultos saudosos e para curiosidade das crianças do mundo, virtual e eletrônico, e deste globalizado século XXI.

Ele finaliza afirmando que a exposição de brinquedos é uma homenagem ao saudoso folclorista potiguar Veríssimo de Melo, autor da obra "Folclore Infantil", e que este ano completaria 90 anos se não tivesse partido para o reino do encantamento.
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