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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O CANGAÇO NO SERTÃO

Seu nome era VIRGULINO

Ouça bem o que lhe digo

O cangaço seu esporte

Representava o perigo

Nas quebradas do sertão

Foi um homem destemido


Um valente cangaceiro

O lagarto do sertão

Tinha uma cabroeira

Que andava em multidão

Grande zoeira faziam

Pois eles obedeciam

As ordens do seu patrão


Chegando numa fazenda

Grande desordem fazia

Ameaçavam as pessoas

Causando muita agonia

O dinheiro carregavam

Muitas vezes ainda levavam

Uma filha da família


Foram anos de cangaço

E sofrimento do povo

Sofria toda família

Do mais velho ao mais novo

Com o bando de LAMPIÃO

Parecia um furacão

Destruindo todo povo


Atravessou o São Francisco

Com seus CABRA DA PESTE

Passando na Paraíba

E toda região Nordeste

Numa invasão de dá dó

Foi parar em Mossoró

Fugindo de SUL a NORTE


O calango mal escondido

Não aceitou a derrota

Logo teve que escapar

E comandar sua tropa

Lá pras bandas da Bahia

Construiu sua família

Não sendo assim idiota


Finalmente conheceu

O seu amor verdadeiro

Um certo dia escondido

Na fazenda de um coiteiro

Foi completo seu sistema

Mas tinha um grande problema

Era a mulher de sapateiro


Fugiu com ele essa amante

Que se chamava Maria

Bonita como uma deusa

Que lhe deu muita alegria

Cumprindo assim uma dita

Teve uma filha Expedita

Formando sua família


Pra ele esse lindo anjo

Iluminou sua vida

LAMPIÃO se comoveu

Com sua filha querida

Vestiu roupas de Napoleão

Na presença de Abraão

Modificou sua vida


Apresentou o seu bando

E a sua cartucheira

Com o seu olho vazando

Correu toda cabroeira

Quebrando mato e cipó

Todos lhe deixaram só

Nesta hora derradeira


Seu olho foi medicado

Doutor Bragança arrancou

Logo fizeram um ataque

Só o Lampião ficou

De sangue o corpo coberto

João Bezerra e Aniceto

Sua vida lhe tirou


Também chegaram ao fim

Quinta-feira e Mergulhão

Enedina também caiu

De joelhos sobre o chão

E um tal Rabo de Foguete

Caiu Marcela e Colchete

Alecrim e Moeda então


Antes do último suspiro

Agoniza Lampião

Pensa em Maria Bonita

Seu amor do coração

E em sua filha querida

E assim terminou a vida

Nas terras do seu sertão.


Autoria:


NENEN ESTEVAM


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