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domingo, 18 de setembro de 2011

Seca e pobreza, retrato do sertão potiguar









 
 
 
 
O inverno no sertão potiguar é sinônimo de fartura, já que a principal atividade do homem do campo é a agricultura e o período chuvoso representa o clima propício para a plantação. Porém, passada essa estação, as famílias que residem nas zonas rurais onde não existem investimentos na agricultura como programas voltados para o homem do campo, a situação muda radicalmente de fartura para miséria.
 
 
Um exemplo das dificuldades enfrentadas durante o período de estiagem (falta de chuvas) pode ser constatado em várias cidades do Médio Oeste do Estado onde famílias vivem à beira da miséria. Em muitos casos, nem mesmo programas sociais como o Bolsa Família, por exemplo, conseguem amenizar o sofrimento e a escassez de alimento.
 
 
O casal de agricultores José Raimundo Filho, 64 anos, e Albertina de Paiva Cavalcante, 64 anos, que residem no Sítio Currais, zona rural de Itaú, contam que sobrevivem somente da aposentadoria e levam uma vida regrada. Neste período de estiagem, as dificuldades aumentam, segundo eles, porque sem chuva até a água para o consumo fica escassa. “Neste ano até que o inverno foi bom, e plantamos milho e feijão, mas como as sementes não eram de boa qualidade a colheita foi fraca, não deu para armazenar o que plantamos”, ressaltou.
 
 
MISÉRIA – Em situação de extrema pobreza residente também em Itaú, mais precisamente às margens da BR-405, vive a família de Maria da Luz da Silva, 42 anos, natural de Tabuleiro Grande e mãe de nove filhos, sendo que apenas dois vivem com ela, um de nove anos e o outro de oito anos. 
 
 
Vivendo em uma casa de taipa de apenas três cômodos e sem qualquer estrutura básica, Maria da Luz fala com naturalidade das dificuldades que enfrenta. Segundo ela, as dificuldades, principalmente de alimentação em casa, é rotina. “Têm dias que meus filhos pedem um lanche e não tenho pra dar, é difícil, mas conseguimos sobreviver”, explica.
 
 
Uma comprovação do relato feito Maria da Luz foi confirmado pela reportagem. No dia da entrevista, (14) deste mês, o único alimento da casa era uma panela com macarrão e outra com feijão. “Hoje meu filho mais novo está fazendo aniversário e sinto vontade de fazer uma festinha pra ele, mas as condições não permitem”, comentou.
 
 
Maria da Luz acrescenta que é beneficiada com o programa Bolsa Família, mas recebe apenas R$ 60,00, porque apenas uma das crianças é beneficiada, não sabendo ao certo explicar o motivo. Segundo ela, o dinheiro que recebe do programa utiliza para pagar as prestações de um óculo de grau para o filho mais novo que tem problemas de visão.
 
 
PERIGO – Além da falta de estrutura básica, das dificuldades de alimentação e do valor limitado pago pelo programa social a que tem acesso, a família de Maria da Luz ainda enfrenta outro risco. É que a casa onde ela reside com os filhos pequenos fica localizada bem próxima a rodovia, em um trecho de curva onde já aconteceram dois acidentes com vítimas fatais. 
 
 
Ao lado da casa de Maria da Luz existem dois túmulos que foram construídos para marcar o local onde os acidentes ocorreram. Uma das vítimas foi uma criança de apenas 8 anos. E o outro túmulo simboliza a morte de três jovens que sofreram acidente quando retornavam para casa após uma vaquejada no município.  
 
 
Agricultores colhem o que sobrou da plantação
 
 
Para amenizar os problemas ocasionados pelo período da estiagem, muitos agricultores aproveitam para colher o que sobrou da plantação e transformam a colheita em produto destinado à comercialização para a criação de animais. Como é o caso dos agricultores que residem na zona rural de Apodi.
 
 
No Sítio Alto da Boa Vista, um grupo de agricultores investiu na colheita de milho seco que será destinado a granjas como alimentos para aves. Segundo o encarregado do grupo que coordena o trabalho no sítio, Francisco Wilson Nunes da Costa, 40 anos, neste ano a colheita do produto teve início no dia 12 deste mês e deverá durar cinco semanas.
 
 
Wilson acrescentou que o grupo é composto por oito trabalhadores. O milho que está sendo colhido agora foi plantado em fevereiro. A previsão de colheita é de 300 quilos ou 700 sacos de 60 quilos, aproximadamente. Segundo Wilson, a colheita deste ano não será boa porque a semente não era de boa qualidade, portanto, o lucro não será o esperado. 
 
 
Fotos: Wilson Moreno/GAZETA DO OESTE
 

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