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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

História de vida e de superação de hemofílico é premiada










"Minhas limitações não me impedem de sonhar, de enxergar um pouco mais além". Foi com essa frase que o artista Airton Cilon encerrou o seu texto que acabou sendo premiado em um concurso da Federação Brasileira de Hemofílicos. Concorriam em três categorias médicos, portadores da doença e familiares.
O prêmio - um aparelho MP5 e o reconhecimento de uma importante instituição - seria dado para aquele que melhor contasse sua história de vida. Em um texto carregado de desabado, revelações e, sobretudo, de emoções Airton conta detalhes da sua vida desde a infância quando descobriu que tinha hemofilia até hoje com o reconhecimento que ganhou na cidade com seus dons artísticos. No resumo vencedor na categoria "Portadores", ele conta que várias vezes pensou que não ia sobreviver com as fortes dores que tinha.  "Em 1988, por um triz, escapei da morte. Depois de uma queda, tive uma hemorragia interna gravíssima. Depois de dois dias sangrando em casa, minha avó, bastante preocupada, pediu para que o meu primo fosse com urgência conseguir uma ambulância para me levar ao hospital. Tadinha de minha vozinha. Depois do ocorrido, ela me confessou que já havia comprado as velas, caso eu morresse nos seus braços", descreve na redação.
Apesar das dificuldades que a doença lhe trouxe, Airton nunca baixou a cabeça. Pelo contrário. Lutou para criar dois filhos pequenos após o fim do seu casamento, manter uma casa só com um salário mínimo que recebe de aposentadoria e continuar fazendo o que mais gosta: arte.
Os momentos de angústia ficaram para trás. O artista prefere falar nas coisas boas que tem acontecido em sua vida. "A gente vai amadurecendo e vê que as limitações estão apenas na cabeça da gente. Nada impede que possamos vencer as barreiras", ressalta.
Para lhe garantir o sustento e alimentar o prazer de trabalhar, o artista não fica parado. Vendo o seu tio como exemplo, Airton começou a dar algumas pinceladas e logo estava sendo um aprendiz de artista plástico, como ele menciona. Em 1996 fez sua primeira exposição e de lá para cá já foram quase 20.
A habilidade com os pincéis é a mesma que tem para criar versos. O artista já lançou três livros de poesias: "Amor Platônico", "Mil Pedaços" e "Impressão Digital". Atualmente ele está preparando mais uma obra chamada de "Autorretrato" e uma exposição para o ano que vem.
Airton ainda se aventurou pela música tocando em barzinhos, fazendo tributo de cantores como Raul Seixas e lançando um CD onde declamava seus melhores poemas românticos. Em 2007, com a música "Tente Outra Vez", Airton ficou entre os finalistas do concurso "A Mais Bela Voz" promovido pela Rádio Rural de Mossoró.
Com o reconhecimento que teve devido ao prêmio, Airton já está pensando em transformar a sua história em livro. "Estou pensando em publicar uma biografia. Vi que sensibilizou, tenho muita história para contar e quem sabe lá na frente vou publicar", adianta.
Ele conta que está engajado na criação da primeira associação de hemofílicos do Rio Grande do Norte. Ele e outros portadores da doença estão tentando legalizar e quem sabe, entre em funcionamento ainda este ano.
Após ficar seis dias internado, Airton teve que usar a cadeira de rodas e há cinco meses está fazendo uso de duas muletas. "Isso me dá mais independência", disse.
O edema que o levou a internação comprometeu a circulação sanguínea de uma das pernas. Aos poucos ele vem melhorando. "Eu tenho fé e a perseverança de que eu vou voltar a conduzir a minha vida, com a mesma autonomia de antes. Eu sou um artista, tenho a necessidade de me comunicar, de interagir com o mundo a minha volta. Minhas limitações não me impedem de sonhar, de enxergar um pouco mais além", finaliza o texto que resume sua vida.

fonte: Gazeta do Oeste


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