AUTOR: PEDRO FERNANDES
NO SÍTIO ONDE EU MORAVA
NÃO TINHA GRUPO ESCOLAR
MAS QUEM QUISESSE ESTUDAR
TITO CANELA ENCINAVA
DE MANHÃ AGRICULTOR
A TARDE ERA PROFESSOR
POR PURA BOA VONTADE
REDUZIA A IGNORÂNCIA
VALORIZANDO A INFÂNCIA
DAQUELA COMUNIDADE
NA SALA DA RESIDÊNCIA
ENSINAVA A MENINADA
TINHA O DOM DA PASCIÊNCIA
PRA ENSINAR TABUADA
MAS EXIGIA ATENÇÃO
COBRAVA DEDICAÇÃO
COMPORTAMENTO, RESPEITO
TITO ERA CALMO E CISUDO
PRESTAVA ATENÇÃO A TUDO
NEN COCHICHAR ERA ACEITO
UMA TARDE DE VERÃO
SENTI UMA SEDE IMENSA
PEDI AUTORIZAÇÃO
O PROFESSOR DEU LICENÇA
BEBI DE UM POTE DE BARRO
PUS O SUBEIJO NUM JARRO
PENDUREI A CANEQIUNHA
ENTRE A COZINHA E A SALA
EU QUASE PERDI A FALA
NA PORTA DA CAMARINHA
A COMPANHEIRA DE TITO
DORMIA UM SONO PROFUNDO
UMA PERNA NO INFINITO
E A OUTRA NO FIM DO MUNDO
E ESTAVA DESPREVENIDA
DEI UMA OLHA ATREVIDA
SAI DE PONTA DE PÉ
MAL NA CADEIRA SENTEI
A SENA QUE VI JÁ CONTEI
PRA MIZA DE CABUGÉ
MIZA LICENÇA PEDIU
E TITO LHE CONCEDEU
MIZA NEN O POTE ABRIU
NEN AO TRABALHO SE DEU
FICOU NA PORTA DO QUARTO
QUASE QUE TINHA UM INFARTO
OLHANDO AQUELE CENÁRIO
VOLTOU PRA SALA SUANDO
NEN SENTOU JÁ FOI CONTANDO
TUDO PARA JANUÁRIO
DEVIDO ESSE MOVIMENTO
TITO FICOU CURIOSO
COM TANTO ALUNO SEDENTO
POR SER MUITO CAUTELOSO
FOI FAZER A VISTORIA
VIU COMO DORA DORMIA
LHE BELISCOU NO CANGOTE
FALOU TRINCANDO OS CANINOS
-ACORDE SE NÃO OS MENINOS
SECAM A ÁGUA DO POTE
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